Tagged as: alimentação saudavel

Os benefícios do exercício físico no combate à depressão

A depressão é considerada um dos maiores problemas de saúde pública da atualidade.

Entre as principais características do distúrbio estão a perda de peso, o sentimento de culpa, a ideação suicida, a hipocondria, a queixa frequente de dores e, eventualmente, a psicose. Esses sintomas são mais acentuados nos deprimidos idosos do que nos jovens, o que contribui para um declínio cognitivo e do condicionamento cardiorrespiratório.

Em um estudo longitudinal (Hollenberg et al 2003) com idosos (média de 67 anos) evidenciou-se que a presença de depressão está relacionada com os baixos níveis de condicionamento físico, mais precisamente com o consumo direto de oxigênio. Portanto, a depressão não seria a causa da diminuição do estado geral de aptidão física? Todavia, a afirmação que a prática de exercícios físicos é capaz de atenuar os sintomas da depressão ainda não está bem clara, mas é provável que seja uma explicação multifatorial.

O exercício físico tem um papel preponderante para o desenvolvimento da neurogênese no hipocampo através da potencialização de longa duração e do neurotrófico derivado do cérebro, do mesmo modo que agem os antidepressivos. A hipótese mais encontrada na literatura médica é um aumento de monoaminas, como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina.

Durante os exercícios aeróbios, os níveis de prolactina estão elevados, refletindo um aumento central da serotonina. Desta forma, a serotonina pode atenuar a formação de memórias relacionadas ao medo e diminuir as respostas a eventos ameaçadores relacionados aos sintomas da depressão.

Outra droga também associada ao exercício físico é a síntese de dopamina que está ligada com o desempenho motor, a motivação locomotora e a modulação emocional.

No que se refere às prescrições de exercícios físicos, os mais indicados para depressão são os exercícios aeróbios (60 a 80% da Freqüência cardíaca máxima do indivíduo), segundo a pesquisa Meyer & Boocks do ano 2000. Recomenda-se que o paciente pratique de três a cinco vezes por semana, em sessões de 45 a 60 minutos. Afirma-se que as atividades longas e menos intensas são preferíveis, pois interrompem com maior eficácia os pensamentos negativos.

Os estudos sugerem que os pacientes depressivos devem sentir melhoras dos sintomas por volta de quatro semanas após o início dos exercícios, mas recomenda-se que os exercícios sejam mantidos por pelo menos 10 a 12 semanas, para obter melhores resultados. Contudo, mesmo que o paciente não consiga a frequência ou intensidade de exercícios recomendados, a atividade ainda pode ser benéfica.

O assunto nos leva a uma reflexão sobre a importância do exercício físico como um aliado no combate aos problemas gerados pela depressão, que vai muito além de um simples ganho de massa muscular e emagrecimento.
(http://www.educacaofisica.com.br/)

Estudo revela como dormir mal pode engordar

Pesquisadores americanos mostraram que a privação do sono por si só tem uma ação dupla no cérebro: intensifica a resposta diante de uma comida gordurosa e prejudica a capacidade de rejeitar alimento desse tipo.

Pesquisa publicada nesta terça-feira nos Estados Unidos explica como uma noite de sono mal dormida afeta o cérebro e aumenta o apetite das pessoas. A descoberta ajuda a explicar a relação entre uma noite de pouco sono e a preferência por alimentos calóricos. O estudo foi realizado na Universidade da Califórnia em Berkeley, nos Estados Unidos, e ganhou as páginas da revista Nature Communications.

De acordo com o trabalho, a privação do sono tem um efeito duplo na mente no que diz respeito ao apetite. Um deles é estimular a resposta de uma parte do cérebro que administra a motivação de o indivíduo comer diante de um alimento gorduroso – ou seja, a reação diante da ingestão de uma batata frita ou hambúrguer é mais forte quando se dorme pouco e estimula a pessoa a comer mais. Ao mesmo tempo, a falta de sono reduz a atividade do córtex frontal, parte do cérebro responsável por medir as consequências de se consumir determinado alimento e por tomar decisões de forma racional.

Ou seja: o cérebro de uma pessoa que dormiu mal responde de forma mais intensa a alimentos não saudáveis e, para piorar, tem prejudicada a sua capacidade de rejeitar esse tipo de comida. A pesquisa mostrou que esse impacto no cérebro ocorre mesmo quando as pessoas se alimentaram e não estão com fome.

A fome não justifica — Outra descoberta do estudo americano foi a de que a privação do sono, na verdade, não faz com que uma pessoa sinta mais fome do que sentiria se tivesse dormido adequadamente. Essa conclusão contraria outras pesquisas que explicaram a relação entre a privação do sono e a obesidade a partir da teoria de que, ao dormir pouco, uma pessoa precisa repor as calorias que queimou durante o tempo em que ficou acordada.

“Isso é importante porque mostra que as mudanças no cérebro que observamos são causadas pela privação do sono em si, e não somente por um possível prejuízo ao metabolismo”, disse ao jornal The New York Times Matthew Walker, professor de psicologia e neurociência da Universidade da Califórnia em Berkeley e um dos autores do estudo.

Avaliação — Participaram deste estudo 23 homens e mulheres saudáveis. Em uma ocasião, eles puderam dormir cerca de oito horas em um noite e, depois, foram ao laboratório dos pesquisadores, onde tomaram um pequeno café-da-manhã, com torrada e geleia. A equipe mostrou a esses participantes 80 imagens de alimentos diferentes e pediram que eles avaliassem a vontade de comer cada item. Durante o teste, uma máquina de exame de imagem mediu a atividade cerebral dos participantes. Uma semana após esse experimento, os mesmos participantes passaram pelo mesmo teste. Porém, dessa vez eles ficaram acordados a noite toda e puderam comer biscoitos e frutas para repor a energia que gastaram durante e noite em que ficaram acordados.

A pesquisa mostrou que quanto mais sono as pessoas sentiam, mais elas preferiam alimentos calóricos e gordurosos, como doces e frituras. Segundo os resultados, passar uma noite sem dormir fez com que os participantes quisessem comer 600 calorias a mais, em média, do que quando dormiram adequadamente. Além disso, as imagens do cérebro dos participantes reveleram a ação dupla que os alimentos calóricos têm no cérebro de uma pessoa que não dormiu adequadamente.

( Matéria publicada em portal Revista Veja São Paulo)