Às vezes as pessoas confundem Qualidade de Vida (QV) com “vida boa” do ponto de vista material. Não é a mesma coisa: basta você, numa noite dessas, entrar num restaurante caro para ver homens e mulheres ricos e obesos, fartando-se de pão, carnes gordurosas, doses e mais doses de bebida alcoólica.

Hoje em dia considera-se a QV sob um enfoque multidimensional, onde incluímos as condições de saúde física, a prática de atividade física, a qualidade do repouso, as funções cognitivas, a alimentação, a energia, a satisfação sexual, a capacidade de se comunicar, a presença/ausência de dor, os aspectos psicológicos/emocionais, a qualidade do lazer, a presença da música e outras artes, as condições de trabalho, a vida familiar e social. Concluímos, portanto, que a avaliação da QV de alguém depende da satisfação desta pessoa com sua vida e também do grau de controle que exerce sobre ela.

Podemos falar em QV geral e QV relacionada à saúde, mas não se trata da mesma coisa. A QV geral tem a ver com o fato de a pessoa ser saudável do ponto de vista físico, psicológico e social e se refere, então, à satisfação com a vida. Já a QV ligada à saúde baseia-se em dados mais objetivos e mensuráveis e aplica-se a pessoas com alguma doença, do ponto de vista físico. Diz respeito ao grau de limitação e desconforto que a doença e/ou sua terapêutica acarretam ao paciente e ao seu estilo de vida.

Quando se pensa em promoção da saúde e, portanto, em QV, a idéia é do chamado “estilo de vida saudável”, que engloba alimentação balanceada, com pouco açúcar e “o menos química possível”, a adesão a um programa de atividade física, o não apego a substâncias como álcool, tabaco e drogas ilícitas, o bom controle da parte emocional e, por fim, o sucesso nos relacionamentos interpessoais.

Alimentação – É recomendável que no local de trabalho haja um refeitório e um programa voltado para a comida saudável. E esta alimentação precisa ser adaptada ao sexo, altura e tipo de atividade física desempenhada pela pessoa. Claro que certos prazeres são indispensáveis, por isso não estão descartados, por exemplo, pizzas e doces, desde que em quantidade e horário adequados. O total de calorias deve obedecer preferentemente a esta distribuição: proteínas 10-15%; carboidratos 50-60%; gorduras 25-30%.

Atividade física – o sedentarismo, hoje, está associado a termos como “doença”, “preguiça”, desinteresse pela vida. As justificativas para o sedentarismo vão desde “excesso de trabalho” até “sou uma pessoa preguiçosa”, e parece que a pessoa se satisfaz com estas explicações e acredita que os outros são capazes de compreender e “perdoar”. A melhor forma de combater o sedentarismo é a prática prazerosa da atividade física: qualquer uma, desde que feita com regularidade (mínimo de 3 vezes por semana) e sob a supervisão de um profissional de Educação Física, que estabelecerá o grau de intensidade e de dificuldades.

Hábitos não saudáveis – onde colocamos o tabagismo, o alcoolismo, o uso de drogas, o vício em jogos de azar (bingo, caça-níqueis, etc.), o uso abusivo da internet, e diversos tipos de fanatismo (religioso, esportivo e outros).

Aspectos emocionais – incluem-se aqui vários tipos de tensões, como as derivadas de problemas afetivos, conjugais, familiares e relativos ao ambiente de trabalho. A sensação de isolamento e solidão, a incapacidade de expressar emoções (alexitimia), as dificuldades gerais com a comunicação podem, com sucesso, ser tratadas pela psicoterapia (campo do psicólogo e do psiquiatra).

Fonte: arthurkaufman.com.br

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