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Promoção de saúde no trabalho e atividade física

Introdução A promoção de saúde pode serentendida como uma visão ampliadada saúde, além dos limites daausência de doença, que consideradiversas determinantes relacionadasao estilo de vida dos indivíduos e dasociedade onde esses se inserem. Aintenção dessa visão é atuar de formadireta nas reais possibilidades deuma vida saudável. Nesse sentido, aconcepção de promoção da saúdeestá ligada aos aspectos políticos,materiais,organizacionaisesimbólicos da vida das pessoas emsociedade e será o equilíbrio decomponentes da vida diária, comomoradia, lazer, educação, trabalho,etc., que irá determinar, em grande parte, as possibilidades de uma vida sadia eprotegida de doenças (HEIDMANN ET AL, 2006; CZERESNIA, 2003).O trabalho constitui, historicamente, o principal determinante do modo como associedades se organizam, sendo o meio através do qual o homem modifica o ambiente ea si mesmo. Assim, as condições materiais, organizacionais e psicossociais do trabalho,seja ele formal ou informal, são importantes fatores que afetam os comportamentosrelacionados à saúde das pessoas e das sociedades (SANTOS, 2006; ASSUNÇÃO,2003). Um importante comportamento relacionado à saúde é a atividade física, uma vez queexistem significativas evidências de sua influência na melhoria da eficiência do sistemaimunológico, fato que pode reduzir a incidência de diversas patologias crônicas edegenerativas. Desta forma, as iniciativas da promoção de saúde, especialmente nosmodernos ambientes de trabalho, tendem a adotar a atividade física como uma dasprincipais ferramentas, uma vez que a maioria das empresas dispensa o esforço físicogeneralizado para a realização do trabalho, substituindo-o por movimentos repetitivosou insignificativos (NAHAS, 2006; PITANGA, 2002). Este artigo tem como propósito discutir a articulação entre promoção da saúde, trabalhoe atividade física, na perspectiva de refletir sobre as atividades dos programas depromoção da saúde para o trabalhador. Para tanto, serão feitas breves analises datrajetória histórica da relação entre tecnologias de produção e o interesse na saúde do* Especialista em Gestão de Promoção da Saúde Empresarial; Mestre em Atividade Física Relacionada àSaúde-UFSC; Doutor em Psicologia, Saúde e Qualidade de Vida- AWU e Professor da Faculdade deMedicina da UFT, Palmas-TO.
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acesse: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/viewArticle/7319.

Atividade física no trabalho deve visar promoção da saúde

Os programas de ginástica laboral são adotados pelas empresas principalmente para prevenir lesões entre os empregados, mas não contribuem na redução do sedentarismo. “Os programas devem estar associados a uma estratégia de promoção da saúde, expondo seus benefícios para levar a mudanças de comportamento que não se limitem ao ambiente de trabalho”, recomenda a técnica em educação física Ana Lúcia Aquilas Rodrigues.

A pesquisadora realizou um estudo sobre o tema na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Durante sua pesquisa, Ana Lúcia implementou um programa de ginástica laboral numa empresa do setor farmacêutico, que nunca havia desenvolvido atividades do gênero. “Antes da implantação, ela obteve informações sobre idade, gênero, horas de trabalho, renda salarial, escolaridade, peso e altura dos funcionários que se dispuseram a participar”, conta. “O nível de atividade física foi medido com um questionário conhecido como IPAQ, além de um pedômetro, aparelho que contabiliza o número de passos dados pela pessoa”.

Os exercícios foram realizados pelos funcionários do escritório, em sessões diárias de dez minutos, durante seis meses. “Com o objetivo de identificar mudanças no ritmo de atividade física, houve uma divisão por níveis de participação, com grupos que faziam duas, três e cinco sessões de ginástica por semana”, relata Ana Lúcia. Cada sessão tinha aquecimento, exercícios específicos, baseados no trabalho exercido, e relaxamento. “Como os participantes faziam tarefas no escritório, a prioridade era tonificar ou relaxar os membros superiores e as regiões lombar e cervical”.

No início, a ginástica laboral contou com a adesão de 130 funcionários, mas apenas 46 participaram até o final. “O programa ampliou a atividade física no local de trabalho, principalmente por meio de caminhadas, uma forma de exercício mais conhecida e simples de ser praticada”, afirma a pesquisadora. “Entretanto, no estudo não se encontrou evidências de que a ginástica laboral estimulou o aumento da atividade física em outros ambientes freqüentados pelos participantes”.

Motivação
A pesquisa aplicou um programa de exercícios convencional. Além das sessões de ginástica, aconteceram três palestras com dicas sobre atividades físicas e saúde. “Como não havia foco na promoção de saúde, o efeito na mudança de comportamentos foi pequeno”.

A adoção das aulas de ginástica deve estar associada às estratégias da empresa, segundo Ana. “É indispensável o envolvimento das diretorias e gerências, que são parceiros indispensáveis para o êxito do programa”, aponta. “Há casos em que as áreas de Recursos Humanos implementam o programa sem ouvir outros setores durante o planejamento das atividades, limitando a participação e tornando-as pouco efetivas”.

Para a técnica em educação física, a ginástica laboral deve estar integrada a uma estratégia de promoção da saúde como um todo. “Ela não deve ser uma iniciativa isolada, mas parte de um projeto de qualidade de vida no trabalho”, afirma. “O trabalho mostrou a importância do aconselhamento para ajudar na mudança comportamental e na redução dos níveis de sedentarismo”. A Organização Mundial de Saúde recomenda 30 minutos de atividade física moderada diariamente. A pesquisa é descrita na dissertação de mestrado de Ana Lúcia, orientada pelo professor Mário Ferreira, da FMUSP.

fonte:http://www.usp.br/agen/?p=1696