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Atividade física no trabalho deve visar promoção da saúde

Os programas de ginástica laboral são adotados pelas empresas principalmente para prevenir lesões entre os empregados, mas não contribuem na redução do sedentarismo. “Os programas devem estar associados a uma estratégia de promoção da saúde, expondo seus benefícios para levar a mudanças de comportamento que não se limitem ao ambiente de trabalho”, recomenda a técnica em educação física Ana Lúcia Aquilas Rodrigues.

A pesquisadora realizou um estudo sobre o tema na Faculdade de Medicina da USP (FMUSP). Durante sua pesquisa, Ana Lúcia implementou um programa de ginástica laboral numa empresa do setor farmacêutico, que nunca havia desenvolvido atividades do gênero. “Antes da implantação, ela obteve informações sobre idade, gênero, horas de trabalho, renda salarial, escolaridade, peso e altura dos funcionários que se dispuseram a participar”, conta. “O nível de atividade física foi medido com um questionário conhecido como IPAQ, além de um pedômetro, aparelho que contabiliza o número de passos dados pela pessoa”.

Os exercícios foram realizados pelos funcionários do escritório, em sessões diárias de dez minutos, durante seis meses. “Com o objetivo de identificar mudanças no ritmo de atividade física, houve uma divisão por níveis de participação, com grupos que faziam duas, três e cinco sessões de ginástica por semana”, relata Ana Lúcia. Cada sessão tinha aquecimento, exercícios específicos, baseados no trabalho exercido, e relaxamento. “Como os participantes faziam tarefas no escritório, a prioridade era tonificar ou relaxar os membros superiores e as regiões lombar e cervical”.

No início, a ginástica laboral contou com a adesão de 130 funcionários, mas apenas 46 participaram até o final. “O programa ampliou a atividade física no local de trabalho, principalmente por meio de caminhadas, uma forma de exercício mais conhecida e simples de ser praticada”, afirma a pesquisadora. “Entretanto, no estudo não se encontrou evidências de que a ginástica laboral estimulou o aumento da atividade física em outros ambientes freqüentados pelos participantes”.

Motivação
A pesquisa aplicou um programa de exercícios convencional. Além das sessões de ginástica, aconteceram três palestras com dicas sobre atividades físicas e saúde. “Como não havia foco na promoção de saúde, o efeito na mudança de comportamentos foi pequeno”.

A adoção das aulas de ginástica deve estar associada às estratégias da empresa, segundo Ana. “É indispensável o envolvimento das diretorias e gerências, que são parceiros indispensáveis para o êxito do programa”, aponta. “Há casos em que as áreas de Recursos Humanos implementam o programa sem ouvir outros setores durante o planejamento das atividades, limitando a participação e tornando-as pouco efetivas”.

Para a técnica em educação física, a ginástica laboral deve estar integrada a uma estratégia de promoção da saúde como um todo. “Ela não deve ser uma iniciativa isolada, mas parte de um projeto de qualidade de vida no trabalho”, afirma. “O trabalho mostrou a importância do aconselhamento para ajudar na mudança comportamental e na redução dos níveis de sedentarismo”. A Organização Mundial de Saúde recomenda 30 minutos de atividade física moderada diariamente. A pesquisa é descrita na dissertação de mestrado de Ana Lúcia, orientada pelo professor Mário Ferreira, da FMUSP.

fonte:http://www.usp.br/agen/?p=1696

Impacto de um programa de exercicíos no local de trabalho sobre o nível de atividade física e o estágio de prontidão para mudança de comportamento

OBJETIVO: Verificar o impacto de um programa estruturado de atividade física no local de trabalho, sobre o nível de atividade física e o estágio de prontidão para mudança de comportamento visando a um estilo de vida ativo. MÉTODOS: O programa de atividade física foi estruturado em sessões práticas e palestras de 10 minutos oferecidas no local de trabalho. De junho a dezembro de 2006, foram avaliados 46 funcionários administrativos de uma empresa da cidade de São Paulo, randomizados em 3 grupos, cuja participação sugerida no programa foi 2, 3 ou 5 vezes semanais. Como desfechos: a) o nível de atividade física foi abordado por meio de questionário (International Physical Activity Questionnaire – IPAQ Longo) e pedômetros; b) o estágio de prontidão para a prática de atividade física foi estimado usando um questionário de estágios de comportamento baseado no modelo trans-teórico adaptado para a prática de atividade física. Cada variável de desfecho foi avaliada antes da intervenção, 90 e 180 dias após o início, com comparações feitas por meio de testes não paramétricos de Friedman e Wilcoxon, considerando nível de significância p<0,05. RESULTADOS: Os resultados revelaram aumento estatisticamente significante do tempo referido de atividade física desenvolvida no trabalho, ao final de 180 dias (p< 0,0001) e no tempo total de atividade física de caminhada, ao final de 180 dias (p= 0,020), porém sem impacto nos outros domínios do IPAQ (lazer, transporte, tarefas domésticas) e no tempo de atividade física total dos participantes (caminhada + moderada + vigorosa), incluindo as medidas do pedômetro. Notou-se também uma tendência a uma progressão dos indivíduos para estágios de comportamento mais avançados para a prática de atividade física, porém sem significância estatística. CONCLUSÃO: Conclui-se que a intervenção foi bem sucedida em aumentar o tempo de atividade física dos trabalhadores no local de trabalho, porém não foi capaz de impactar significativamente os estágios comportamentais e o tempo dedicado à atividade física total

Fonte: Rodrigues, Ana Lucia Aquilas